O concelho de Seia, em plena Serra da Estrela, é detentor de um conjunto de vilas e aldeias de montanha alojadas em vales cavados por rios e ribeiras. São locais únicos e privilegiados de encontro com a natureza e com uma população acolhedora que ainda mantem no quotidiano das sua vivências um conjunto de tradições e costumes fortemente vincados pelos valores da montanha.

Estes pequenos aglomerados são representativos de um riquíssimo património histórico / cultural e ambiental da Região da serra da Estrela. 

Trata-se de um património coletivo, de grande potencial turístico, que está a ser preservado e valorizado de forma criativa e inovadora, passando a ser um fator de dinamização económica e social para toda esta região de montanha, assente nas potencialidades da cultura e tradições, e não menos importante nas sinergias do território.

Esta estratégia de desenvolvimento integrado para o território das Aldeias de Montanha nasceu no seio do Município de Seia e foi, entretanto, assumida pela ADIRAM – Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha, estando já a ser trabalhada no contexto do alargamento supramunicipal, integrando agora todos os concelhos do Parque Natural da Serra da Estrela (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia) e territórios adjacentes (Fundão, Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres). 

Fruto do projeto das Aldeias de Montanha, foram estimuladas dinâmicas territoriais que representam hoje um fator de diferenciação para o concelho de Seia. Tais dinâmicas, com um foco muito direcionado para a Natureza e as pessoas, são hoje uma realidade que se materializa em novas infraestruturas turísticas. 

O carácter diferenciador deste projeto assenta na forma como o mesmo foi “construído”. Uma estratégia de médio e longo prazo fortemente participada pelas comunidades. Nenhum dos eixos estruturantes do projeto foi imposto, eles são consequência de um processo de co- criação através do envolvimento comunitário e parcerias com redes informais culturais, coletividades locais e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social). Só assim é possível responder aos anseios das comunidades e dos empresários da região, sobretudo os que operam no setor do turismo e industria agroalimentar.

 

Os eixos estruturantes do Projeto

Festas de Montanha

Foi definido um Plano de Animação que vai de janeiro a dezembro, abrangendo as quatro estações ano, desmistificando o conceito de que a serra da Estrela é um destino turístico de Inverno, mas sim uma opção de excelência para em qualquer época do ano.

O plano de animação é, atempadamente, apresentado aos agentes e operadores turísticos, permitindo acoplar à oferta turística da região um produto de Animação altamente diferenciador e criativo, mas assente nos valores identitários da serra da Estrela. Exemplos como a Transumância, o Festival de Músicas do Bosque, a Festa do Solstício ou a Aldeia Natal, que suscitou a curiosidade de milhares de portugueses, são alguns dos eventos que consubstanciam o Plano de Animação das Aldeias de Montanha.

Caminhos de Montanha 

A rede de percursos pedestres é constituída por um conjunto de 14 Pequenas Rotas (com aproximadamente 100 km) e uma Grande Rota que abrange um território vasto situado na vertente sudoeste da serra da Estrela. Quanto aos circuitos cicláveis, cuja infraestrutura de apoio (Centro de BTT) se situa na aldeia de Santa Comba de Seia, o projeto compreende um conjunto de quatro itinerários que abrangem uma área que se estende das zonas mais montanhosas das Penhas Douradas, Sabugueiro, São Romão e Lapa dos Dinheiros, às faldas da serra da Estrela, incluindo áreas das localidades de Pinhanços, Santa Marinha, Tourais, Santa Eulália, Sameice, Travancinha, Santiago e Seia.

Sabores de Montanha

Os Sabores de Montanha assentam numa lógica de inovação e diferenciação dos produtos endógenos do território, um trabalho que está a ser desenvolvido com os empresários e coletividades, sobretudo os que têm capacidade instalada, mas que ainda são desconhecidos do consumidor final. Exemplos disso são a Broa e o Bolo Negro de Loriga, mas também os chocolates aromatizados com essências extraídas, localmente, de plantas aromáticas da serra da Estrela.

Turismo Solidário

O objetivo é assumir as Aldeias de Montanha como "destino de turismo solidário", uma aposta inédita a nível nacional. Este projeto conta com a consultoria do Grupo de Estudos Ambientais da Universidade Católica Portuguesa. A iniciativa oferece aos turistas "o melhor de dois mundos", ou seja, um turismo de qualidade, com paisagens deslumbrantes, natureza autêntica e pessoas genuínas.

Os turistas terão a possibilidade de "fazer a diferença”, participando ativamente no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade.

A oferta inovadora das Aldeias de Montanha destina-se a turistas que procuram mais do que aventura, mas também a empresas com políticas de responsabilidade social, das quais se espera um compromisso de longo prazo com a região.

Por exemplo brevemente será possível ficar alojado numa das unidades turísticas da região e ajudar idosos em tarefas agrícolas ou participar numa ação reflorestação do Centro de Interpretação da serra da Estrela (CISE). No que se refere ao setor institucional será possível, por exemplo, que uma estação de televisão adote um Caminho de Montanha, ficando assim responsável pela sua divulgação e até manutenção através de uma experiência de Team Bulding.

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