O despovoamento de zonas rurais é um dos problemas sócio económicos que afetam o nosso país, sendo atualmente o sexto país da União Europeia com maior número de população a residir nas zonas urbanas, imediatamente a seguir a Malta, Reino Unido, Holanda, Bélgica e Espanha.

Estima-se que mais de 60% dos Portugueses residam em Zonas Urbanas, o que retira quaisquer possibilidades de desenvolvimento destas regiões. Só as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto reúnem 40% da população. Desde os anos 60 o país tende a crescer em termos populacionais apenas nas zonas urbanas, o ritmo a que os jovens abandonam as zonas rurais é verdadeiramente assustador e urge a tomada de medidas, quer por parte da tutela, mas principalmente pelos Municípios e outos agentes que atuam nos territórios. Não podemos assistir tranquilamente a esta verdadeira “sangria” que é o abandono dos territórios rurais!

Por outro lado, ao analisarmos a problemática do despovoamento do interior, verificamos que o país tem um potencial enorme, nomeadamente nas zonas mais rurais, onde ainda muito há por fazer ao nível empresarial, sobretudo no que se refere a criação de riqueza assente na diferenciação destes territórios (agricultura, turismo, floresta, agroalimentar, industria têxtil…), mas também ao nível das tecnologias de informação e comunicação áreas em que se esbatem as questões relacionadas com as acessibilidades, uma das fragilidades deste território.

No entanto, muitas dessas oportunidades que o interior do país oferece resultam da capacidade de olhar com uma perspetiva mais crítica para o universo que nos rodeia, o que muitas das vezes só acontece quando essa observação é preconizada por aqueles que não têm as vivências rurais no seu quotidiano.

E é com base nestas premissas que o Município de Seia se associou ao projeto dos Novos Povoadores, conscientes da importância pessoas empreendedores para o território. “Os reduzidos custos de instalação de unidades empresariais no interior, os baixos custos de mão-de-obra em consequência de economias locais pouco inflacionadas, a qualidade de vida social e ambiental fruto da baixa densidade e dos fortes investimentos em infraestruturas sociais”, tornam este território atrativo para empreendedores.

Conheça mais sobre o projeto em http://www.novospovoadores.ptnatureza e com uma população acolhedora que ainda mantem no quotidiano das sua vivências um conjunto de tradições e costumes fortemente vincados pelos valores da montanha. Estes pequenos aglomerados são representativos de um riquíssimo património histórico / cultural e ambiental da Região da serra da Estrela. 

Trata-se de um património coletivo, de grande potencial turístico, que está a ser preservado e valorizado de forma criativa e inovadora, passando a ser um fator de dinamização económica e social para toda esta região de montanha, assente nas potencialidades da cultura e tradições, e não menos importante nas sinergias do território.

Esta estratégia de desenvolvimento integrado para o território das Aldeias de Montanha nasceu no seio do Município de Seia e foi, entretanto, assumida pela ADIRAM – Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha, estando já a ser trabalhada no contexto do alargamento supramunicipal, integrando agora todos os concelhos do Parque Natural da Serra da Estrela (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia) e territórios adjacentes (Fundão, Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres). 

Fruto do projeto das Aldeias de Montanha, foram estimuladas dinâmicas territoriais que representam hoje um fator de diferenciação para o concelho de Seia. Tais dinâmicas, com um foco muito direcionado para a Natureza e as pessoas, são hoje uma realidade que se materializa em novas infraestruturas turísticas. 

O carácter diferenciador deste projeto assenta na forma como o mesmo foi “construído”. Uma estratégia de médio e longo prazo fortemente participada pelas comunidades. Nenhum dos eixos estruturantes do projeto foi imposto, eles são consequência de um processo de co- criação através do envolvimento comunitário e parcerias com redes informais culturais, coletividades locais e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social). Só assim é possível responder aos anseios das comunidades e dos empresários da região, sobretudo os que operam no setor do turismo e industria agroalimentar.

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